sexta-feira, 24 de abril de 2009

Poesia e outras drogas

Dizem que a literatura mundial seria pobre
Se o artista fosse abstinente
Que o poeta romântico foi o primeiro
A explorar o mundo do inconsciente
Baudelaire, no século retrasado
Fundou clubes, fez clientes
Clarice era dependente
Vinicius fazia uso frequente
E a Amy... deprimente!

Mentes que criam são assim: diferentes
Refletem exaustivamente
Entre doses de desdém...
Foucault, Freud, Marx
Elaboraram teorias incríveis
Viajaram para dentro de si mesmos
Ou além...

Essa loucura desejada profundamente
Na espera de um trabalho melhor
Aprisiona, cria correntes, é uma doideira só
No delírio de expressar-se à altura
Um jovem escritor, da poesia pura
Afundou-se em dias de insônia
De juras de amor.

Todas as justificativas para explicar o vício
Do ponto de vista literário
São muito profundas, bonitas
Mas do ponto de vista contrário...
São consumo excessivo, mal vistas
São desculpas poéticas de um drogado artista.

Um comentário:

Chico Arruda disse...

Todos têm seus vicíos, sejam poetas ou não, sejam drogas ou não.
Gostei da sua posição.