sábado, 11 de agosto de 2007

Cegos que vêem

Das limitações de um povo traduz-se o perfil da comunidade
Esta em questão, cheia de incabíveis preconceitos
Fazem dos fracassados aqueles que não vão à universidade
E esquecem-se que muitos médicos são taxistas
E garis advogados.

Não sabem que ter um diploma é apenas um dos caminhos
Muitos hippies falam sobre Foucault, Schopenhauer...
E doutores acham que são nomes de vinhos.

Consideram pessoas feias as de pouca aparência
Bonitos usam roupas combinando, cordão de prata
E camisas de marca seguindo tendência.

Não julgar, entender o próximo
E fazer da humildade parte do seu ser
Não ressaltar defeitos, mas as qualidades
Não viver ensinando
Viver querendo aprender
Essas são virtudes que todos deveriam ter
Mas pra quem só se preocupa com a capa
O conteúdo é difícil desenvolver.

Os namoros são quase sempre como contratos conjugais
Esperanças de casamento, uma prévia entre os casais.
Como se conhecer pessoas, sem compromisso fosse uma coisa ruim
Os outros sempre nos trazem algum conhecimento
Seja numa amizade, parceria sexual
Ou numa conversa de botequim.

A concentração é fixa...
Ele vai pagar a despesa?
Se não, é pobre, merece ser deixado sozinho na mesa
E mulher que quer ser bancada, não é pobre não?
É vendida, descarada,
Uma interesseira em ação.

As feministas lutaram pelos direitos de igualdade
A mulher agora trabalha
Novos tempos da modernidade!
Quem ainda não acompanhou as mudanças
Acha que homem que não sustenta a casa é vagabundo
Lugar da mulher é ao lado das crianças,
Cuidando do marido, isolada do mundo.

Depois dos trinta a idéia de não casar é um temor
Mas para quem não quer ter filhos
Ficar pra titia é expressão de louvor.

É... as opções de cada um precisam ser respeitadas
Para algumas pessoas, cheias de limitações
Suas idéias estão corretas, das outras erradas
Tinham que ser habitantes de uma cidade ilhada
Cheios de incabíveis preconceitos, de idéias equivocadas.

4 comentários:

Flávio Bougleux disse...

Que a poesia não te deixe mais,
deixar de fazer o que faz bem demais,
viva a poesia "filosofada",
a poesia triste, sobre o que existe,
e também a dos casais, dos contos de fada.

Anônimo disse...

Querida,
Li esse texto de novo e é realmente muito bom, talvez o meu preferido. Se dar conta das coisas pode ser difícil mas é o caminho, conseguir colocar pra fora de uma forma bonita é muito bom.
Beijos

Inclassificável disse...

Gostei muito Laura Antonia. Achei bem musical.
Beijos

Jeovanna Maria disse...

Eu vim no mundo doida pra morrer careta.